Um lavador de carros de Belo Horizonte conseguiu, apenas com dinheiro da atividade nas ruas, construir uma casa de três andares e sustentar a família. Antônio Marcos da Costa, o Marquinhos, ainda paga faculdades particulares para dois filhos.
No patrimônio, Marquinhos também contabiliza dois carros. Ele tem orgulho do que conseguiu construir lavando carros na rua.
— Uma vez me abordaram e pediram a documentação. Eu falei que estava dentro do meu carro. O policial perguntou: "Esse carro é seu?", e eu respondi: "É, por quê? Lavador de carro não pode ter carro?"
Ele sustenta a família há 30 anos com o trabalho, mas nem sempre tudo foi fácil, como lembra Costa.
— No início foi complicado porque, como tem tanto lavador de carro, você não consegue espaço. Mas eu fui conseguindo a clientela e depois que a prefeitura licenciou [os lavadores de carro] ficou mais fácil.
Sucesso também veio da rua
O corretor de imóveis Erick Hebert conseguiu o atual emprego na rua com muita criatividade. Após perder o trabalho anterior, ele começou a vender água nos semáforos, para continuar tendo alguma forma de renda.
Depois de ficar frustrado na venda de água, ele decidiu se vestir de garçom para chamar a atenção dos motoristas. Segundo ele, a iniciativa deu certo.
— As pessoas ao invés de fecharem os vidros elas abriam. Queriam filmar, tirar fotos comigo, falavam que admiravam minha coragem e criatividade. Foi durante o trabalho como "garçom" que ele recebeu uma proposta de emprego. O empresário Fabrício Pimenta ficou impressionado com a atitude de Hebert.
— Eu vi o sorriso, o semblante, uma pessoa bem-educada. Então, apresentei para ele o meu cartão e perguntei se interessaria em trabalhar como corretor de imóveis.
Assista ao vídeo:
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