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Segundo a mulher, policial afirmou que estupro por 10 homens seria "realização de fantasia”


Mulher que diz ter sido estuprada por dez homens em praia da zona sul do Rio diz que ouviu de delegada que estava mentindo e que na verdade ela teria realizado uma fantasia sexual. A Polícia Civil investiga o estupro que teria acontecido próximo à praia de São Conrado em outubro deste ano. A vítima diz que a delegada insinuou que o estupro era mentira quando foi registrar queixa na delegacia do Leblon (14ª DP).
—Eu fiquei muito constrangida com a colocação dela porque ela sugeriu que eu estivesse realizando uma fantasia sexual e que estava arrependida e, por isso, teria procurado a polícia. Ela disse que se eu estivesse mentindo, de vítima eu me tornaria culpada.
A vítima prestou queixa contra a delegada na Corregedoria Interna da Polícia Civil que instaurou um procedimento para apurar a denúncia contra a delegada.
De acordo com a vítima, antes de ser estuprada, ela foi abordada por um barraqueiro, que teria lhe oferecido uma caipirinha. Após tomar a bebida, a mulher de 37 anos diz ter ficado tonta e perdido a consciência.
Quando voltou a si, ela percebeu que estava embaixo de um viaduto em São Conrado e dentro de um caminhão cercada por cinco ou seis homens nus. De acordo com ela, do lado de fora tinha mais quatro homens, também nus, e todos abusaram dela de alguma forma. A vítima conseguiu convencer os homens a liberarem ela, mas quando desceu do veículo, foi obrigada a fazer sexo com mais um homem.
A vítima diz que foi ameaçada pelos estupradores. Os criminosos disseram que, se ela contasse para alguém, sofreria graves consequências. Ela registrou queixa na delegacia do Leblon (14ª DP) e foi submetida a exame de corpo de delito que confirmou o estupro.
Segundo a polícia, três homens foram levados para a delegacia e prestaram depoimento. De acordo com eles, o ato teria sido consensual e a vítima estaria bêbada.
A mulher passou por um exame toxicológico para identificar se havia ou não alguma substância na caipirinha, mas o resultado ainda não foi divulgado. Ela também disse que pretende abrir um processo contra a empresa que presta serviços para a linha 4 do metrô. Segundo ela, todos os suspeitos são funcionários e trabalham no local, inclusive o barraqueiro, que durante o dia trabalharia na praia, entre os postos 12 e 13, e de noite na obra do metrô.
Em nota, o CCRB (Consórcio Construtor Rio Barra) diz que dá total apoio às investigações feitas pela Polícia Civil e que fornecerá todas as informações necessárias à investigação. Se for comprovada a participação de funcionários ou colaboradores do CCRB no crime, eles serão afastados da obra imediatamente.
A mulher diz que está fazendo terapia de grupo e tratamento psicológico para superar o trauma e voltar ao convívio social.
— Tem dias que eu choro muito. Eu sinto muita dor na alma.
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